segunda-feira, 7 de abril de 2014

Não é grafite, é pixo!




O que é a pixação, na realidade? Um movimento antropofágico?! - Valei-me Oswald de Andrade!

Há muito preconceito sobre esse tipo de manifestação, mas apesar dos pesares, que os Srs. Reacionários deem com os burros n'água, pois ainda que o tenhamos como crime, é uma manifestação cultural - destaco, que não quero com isso fazer apologia, nem incentivar ações de vandalismo, mas gostaria de questionar as relações existentes entre esse tipo de expressão visceral, o graffiti, a arte e o mercado. Acredito que as fronteiras entre esses meios tem se diluído, muitos grafiteiros famosos e associados a grandes galerias iniciaram a "carreira" na pixação. Permanece a indagação, o que é a pixação?








A cena mais emblemática de PIXO, documentário dirigido por João Wainer e Roberto T. Oliveira, mostra a reação histérica de uma artista plástica à invasão de um grupo de pixadores no Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo. Ao perceber que sua “obra de arte” é alvo do spray do rapaz encapuzado, a mulher-escândalo esbraveja: “Prende esse filho da puta!”. Impossível permanecer indiferente ao efeito desestabilizador que o ataque provoca na instituição. Horrorizado, o senhor de gravatas & bravatas contra-ataca: “Isso [o pixo] é uma porcaria!”.

Sim, o PIXO incomoda. É crime. Agride. Mas é também o mais explosivo manifesto de quem sobrevive à margem dos meios de produção. Iniciado como protesto político no período militar. Adotado pelo movimento punk. E transformado, a partir da década de 1980, em linguagem cifrada, o PIXO não quer se comunicar. Quer esculhambar. Sua tipografia – indecifrável para os intrusos – surgiu da runa, antigo alfabeto céltico. Hoje, cada pixador tem “assinatura” própria. Riscos & rabiscos que, de repente, viraram indagação acadêmica: PIXO é arte? 

João Wainer: “Não sei. Mas acho forma de expressão das mais sofisticadas. Aquelas letras estampadas nos muros não são garranchos. São logotipos elaborados, que demandam muito treino para serem feitos e decifrados.” 

Tiago Mesquita, crítico de arte: “Muita coisa boa no mundo não é arte. Por que as pessoas acham que qualquer experiência expressiva precisa ser arte?”

PIXO na Fundação Cartier, em Paris, onde o filme fez parte da exposição “Né Dans La Rue”. PIXO na 29a Bienal de São Paulo, atacada por pixadores em 2008. “PIXO é arte da pobreza”, dispara a garota no documentário. A questão, claro, divide opiniões no circuito das galerias. Uns acham que sim: PIXO é arte. Para outros, não passa de “vandalismo”. O debate deixa outra pergunta no ar: será que estão tentando “capitalizar” o PIXO? 

João Wainer: “Existe o risco. Mas, se a sociedade passar a gostar da pixação, ela perde o sentido. O PIXO só existe porque é ilegal, gera ódio. Torço para que não seja incorporado.”

Em tempo: será que toda essa discussão ainda é válida num momento em que fazer “arte” é atividade cada vez mais voltada ao lucro e ao entretenimento?

Texto publicado originalmente na revista ffwMAG!


João Weiner, blog de um dos diretores.

"Os donos da rua", será que passou na sessão da tarde?

 
(Boyz n the Hood)

O filme retrata a vida de três jovens negros, Tre, Doughboy e Ricky, o seu cotidiano difícil num ambiente violento. A história se passa em 1984, na região de South Central de Los Angeles; foi filmado e lançado no verão de 1991. Foi indicado ao Oscar nas categorias Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original em 1992. O filme fez de John Singleton a pessoa mais jovem a ser indicada para a categoria de Melhor Diretor e o primeiro afro-americano (sendo o único, até 2014, superado por Steve McQueen) a ser indicado para o prêmio.



O filme conta com alguns atores hoje conhecidos, mas que estavam iniciando suas carreiras cinematográficas, destaco dois deles: O'Shea Jackson, ou melhor, Ice Cube (e rapper e produtor musical, blá blá blá), e Cuba Goodind Jr., que já tinha algumas atuações na tv, e ainda, como coadjuvante em filmes, mas que encontrava o seu primeiro papel como protagonista.



Há outras observações que valem ser destacadas:

O filme foi exibido numa seção do Festival de Cannes de 1991. Em 2002 , a Biblioteca do Congresso dos EUA (a biblioteca nacional, instituição mais antiga do país) considerou o filme " culturalmente significativo" e o selecionou para preservação numa de suas seções, o National Film Registry.



*O interessante mesmo seria assistir o filme no idioma original, pois a dublagem interfere muito na atuação do ator, a relação com o ambiente de filmagem, os sons originais, a sua propagação no espaço determinado. No youtube encontrei essa versão dublada.

O achei somente para baixar no original com legendas, mais fácil seria encontrá-lo sem legendas mesmo.



Chupeta?
- a cara que você faz quando te oferecem
-x-
(vulgaridades à parte)

"Aquela" linguagem poética... me lembra Shakespeare rs
-x-
(tem alguém tentando ser descolado nesse post, né?!)






Lembram aqueles amigos, como será que eles terminam?