domingo, 18 de agosto de 2013

O Sétimo Selo - Ingmar Bergman










“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por quase meia hora." - Apocalipse capítulo 8, versículo 1.






Sinopse do filme para uma primeira apreensão


Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.










Para quem objetivar se inteirar melhor da situação

Det sjunde inseglet (Sétimo Selo, 1956), um drama escrito e dirigido pelo sueco Ingmar Bergman, tendo sua ideia central sido idealizado inicialmente numa peça teatral, "O retábulo da Peste". Bergman dava aulas na Escola de Teatro de Malmö, em 1955. Procurava uma peça para encenar para alguns jovens. Acreditava que essa era a melhor maneira de ensinar. Nada encontrou e então resolveu escrever ele mesmo, dando o titulo de Uma pintura em madeira. Era um exercício simples e consistia num certo numero de monólogos, menos uma parte. Um dos alunos se preparava para o setor de comédia musical, tinha uma aparência muito boa e ótima voz quando cantava, mas quando falava era uma catástrofe, ficando com o papel de mudo, e ele era o cavaleiro. Trabalhou bastante com seus alunos e montou a peça. Ocorreu-lhe um dia que deveria fazer um filme da peça e tudo aconteceu naturalmente. Estava hospitalizado no Karolinska, em Estocolmo, o estômago não estava muito bom, e escreveu o roteiro, passando o script para o Svensk Film Industri, que não foi aceito, e só quando veio o sucesso Sorrisos de uma noite de amor (filme que recebeu um prêmio importante no festival de Cannes) que Ingmar obteve permissão para filmá-lo.



Talvez o melhor comentário sobre Ingmar Bergman tenha partido de Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico". (Jean-Luc Godard, "Bergmanorama", Cahiers du cinéma, Julho – 1958).

O filme que retratando o mundo antigo saturado de  misticismo, sobrenatural, guerras, fome, doença e fé, traz para nossa realidade os questionamentos ou dúvidas que surgem em meio a condição humana, e o desespero  na busca de um sentido para vida; sobejam aspectos existencialistas. Em uma entrevista declarou que utilizava seus filmes para encarar seus temores pessoais, disse ele: "Tenho medo da maior parte das coisas dessa vida" e "Depois daquele filme ainda penso na morte, mas não é mais uma obsessão", e em O Sétimo Selo ele enfrentou o seu medo da morte. A Morte está presente todo o tempo, e cada um reage de maneira diferente a ela. Deus e a Morte são os grandes pilares do filme, e em grau menor, mas essencial, mostra seus sentimentos sobre o Amor e a Arte.
A tela destinava-se ao divertimento, quem estivesse em busca da verdadeira substância do pensamento abria um livro. Bergman botou isso de pernas para o ar nesse filme, mostrando um cinema não somente para a diversão, mas também para a reflexão.

Ingmar Bergman baseou toda a iconografia do filme nos murais de uma igreja onde seu pai, um clérigo, costumava frequentar e orar; e na sinfonia de Carl Orff, Carmina Burana.

De uma simplicidade muito grande e uma impressão muito profunda, o filme é permeado por técnicas marcantes, como por exemplo, a escolha por manter a película preto e branca. Para se inteirar de todos os detalhes técnicos recomendo este artigo O Sétimo Selo. Outro artigo interessante e mais abrangente é O Sétimo Selo - Ingmar Bergman de Cibele Carvalho Quinelo.
























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